imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

TENHA COMPAIXÃO POR SI MESMO

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Toda cura emocional inicia-se pela compaixão de si mesmo. Sem isso, nada funciona. Somos assolados por conceitos, dogmas, regras que só trazem dor e julgamento. Já viemos "enguiçados" de fábrica e estamos aqui para um "recall constante. Deus, na verdade, já nos perdoou, antes mesmo de nascermos. Quem não perdoou fomos nós mesmos.

Durante a vida caímos na cilada da busca do amor, da aprovação e do sucesso, dependendo do sistema e dos valores de inclusão onde se vive. Esquecemos que somos espíritos momentaneamente encarnados, não o contrário. Somos deuses se manifestando num corpo, por um determinado tempo, para crescer, experenciar, aprender. Culpa, autoflagelo, autocomiseração não servem pra nada, apenas para tirar você do foco. Somos uma coletânea de tentativas, acertos e erros, não pra fora e sim pra dentro. Deve-se sempre se perguntar se aquela escolha foi boa pra você e se não foi, ter a tranquilidade de refazer ou descartar.

Julgar-se como alguém que errou ou que acertou é sentar-se no banco dos réus de um tribunal que está nas mesmas condições que você. Ninguém no planeta Terra tem esse direito. Julgar o outro nos tira a chance suprema de integrar os nossos cantinhos obscuros que só vemos através de provocações externas, pois ninguém tem olhos virados para dentro. Situações, pessoas, estão constantemente nos revelando quem somos e como estamos naquele momento.

Quanto mais acolhemos todas as nossas partes, mais inteiros ficamos e saímos da dualidade. O planeta está condicionado a esse holograma dual que é o bom x mal e tentamos escolher o lado bom para sermos amados, aprovados e termos sucesso. Mais não somos totalmente bons como também não somos totalmente maus. Essa busca do modelo ideal para inclusão social nos afasta de nossa verdadeira missão que é se autoconhecer e melhorar o nosso "jeitão de ser". Não para aprovação externa, mas para uma convivência agradável conosco. Os sistemas políticos, sociais, econômicos e religiosos vigentes não nos ensinam a nos amar, nos aprovar e olhar pra dentro com a certeza que desenvolveremos o nosso talento natural, assim obtendo sucesso no que nos envolvermos.

Por conta dessa incessante busca de amor, aprovação e sucesso, esquecemos de nós e começamos a nos deixar levar pelo o que o outro acha. Esbarramos numa outra contradição, pois sendo os seres humanos únicos, individualmente falando, ninguém tem que achar nada. A única coisa que nos faz iguais é a nossa essência divina e o amor e para amarmos qualquer pessoa, temos que descobrir esse sentimento primeiro dirigido para dentro. Nos acolher, nos amar, ter compaixão pelas nossas dificuldades e limitações e transgressões é iniciar a verdadeira cura para um mundo melhor.

Observe se você está levantando uma bandeira contra alguma coisa no mundo e perceba que primeiro você tem que curar isso dentro de você. Um exercício que eu acho ótimo para acelerar o processo de autoconhecimento e integração é imaginar estar numa ilha onde você não conhece ninguém, portanto, não há papéis a desempenhar. Imagine também que não há regras e nem leis para convívio social. As pessoas que vivem ali estão convivendo com a natureza e sobrevivem com os recursos dela. A partir desse cenário, comece se perguntando o que gosta em você. Suas características mais atraentes externas e internas. Se escrever facilita, faça-o.

Depois passe para o que você não aprecia em você e quer mudar. Quando identificar essa parte, não se julgue. Apenas reconheça que essas características são suas e que você naquele momento as acolhe e integra para uma mudança saudável. Agora o mais difícil: localize dentro de você aquilo que você sabe que pode ser contra o seu crescimento, mas que você ainda não se convenceu que quer mudar. Pode ser desde coisas leves até as mais graves, no seu entender. Acolha do mesmo jeito, dizendo para si mesmo que apesar de você ainda não se desprender daquilo, você se aceita e se acolhe. No final, a sensação será de PAZ.

Se todos fizerem isso ao invés de apontar o dedo acusatório para fora, aí teremos uma real mudança de vida nesse lindo planeta azul.
Lembrem-se: "a Verdade liberta e o Amor transmuta".






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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

HINO À DEUSA (Rig Veda)

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1. OM! Eu percorro as tempestades e a luz, através das divindades do céu, através de todas as divindades. Eu protejo os senhores do dia e da noite, o soberano da atmosfera, o deus do fogo (Agni) e os guardiões celestes benevolentes.

2. Eu carrego o néctar da imortalidade. Eu apoio o Criador dos seres vivos, o protetor do universo, o Senhor gracioso da prosperidade. Eu distribuo riqueza à quem prepara os sacrifícios e oferece as oblações, com a mente atenta.

3. Eu sou a soberana em quem todas as divindades do auspicioso estão unidas. Brilhando com consciência, eu sou a principal entre aqueles dignos de adoração. Os Deuses me difundem em todas as direções, a minha presença constante em muitos lugares é revelada em múltiplas formas.

4. Só por mim todos os mortais que vivem e respiram vêem e ouvem o que é dito, não sabendo que habitam em mim. Escutai-me enquanto eu falo a verdade para você.

5. Eu proclamo esta, que é agradar aos deuses e humanos. Faço poderoso quem eu quiser, faço-os devotos e abro os olhos para o entendimento correto.

6. Para o Deus que põe em fuga o mal, eu sou o arco, cujas flechas podem derrubar o inimigo , tal é o fervor com que eu entro nessa pessoa. Através do céu e da terra me estendo.

7. No ápice da criação, eu trago os céus. Meu poder criativo flui entre as águas do oceano infinito. Eu me espalhei por todos os mundos e os céus tocam a minha vastidão.

8. Eu respiro como o vento, a definição de todos os mundos em movimento. Tão grande eu me tornei no meu esplendor, brilhando muito além do céu e da terra.


(Tradução poética baseada em Devadatta Kali, Em Louvor da Deusa: O Devimahatmya eo seu significado )

O Devisukta ou Hino à Deusa, é encontrada no Rig Veda (RV 10,125), o mais antigo dos quatro Vedas, ou textos de sabedoria sagrada que formam a base bíblica para o Hinduísmo moderno. É tradicionalmente recitado com a Mahatmyam Devi, um dos mais importantes textos do cânone Shakta vasto, e é um companheiro para a bela Ratrisukta .

Neste hino, a Deusa manifesta o seu principal local como fonte de energia e de tudo que existe no universo vasto, incluindo os próprios Deuses. Ela também afirma sua identidade como o Uno absoluto - Todos os deuses são apenas facetas e manifestações de Sua presença divina final.

Ela também expressa sua graça, afirmando que ela não apenas sustenta o sadhaka - aquele que aceitou um guru com as práticas de humildade e sinceridade, com o objetivo de libertação -, mas também aqueles que negam ou dela são totalmente inconscientes de sua existência. Para aqueles que estão verdadeiramente dedicados e comprometidos com a disciplina espiritual, Devi diz que ela elimina os obstáculos ao seu progresso do despertar espiritual.

Finalmente, Devi proclama-se a ser a fonte (yoni) de toda a criação, a fonte do poder criativo em si, e revela-se como imanente e transcendente, sendo a consciência, bem como a realidade manifesta. Em última análise, Devi é tudo o que é, tanto manifesto e imanifesto, abraçando e ultrapassando os limites do universo ilimitado.


http://kamakhyamandir.org/vidya/deity/kamala/

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

FITOENERGÉTICA--A MEDICINA DAS PLANTAS

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Normalmente, quando falamos da ação curativa dos vegetais, associamos essas propriedades ao efeito das composições químicas, aos elementos e compostos que, sem dúvida alguma, atuam sobre nosso organismo, exercendo variadas funções. Essa antiga medicina é conhecida como Fitoterapia.

No entanto, a Fitoenergética apresenta uma abordagem totalmente diferente, que exalta o poder oculto das plantas, relacionado às propriedades vibracionais, ou seja, a energia sutil contida nelas.
O corpo físico dos seres vivos tem uma vibração energética própria, afinal, tudo que existe neste planeta também tem. A Fitoenergética estuda essas energias oferecidas abundantemente nas plantas e as utiliza como auxiliares para reequilíbrio de nossas energias.

Esse campo vibracional ao qual nos referimos é um campo de energia eletromagnética que envolve e interpenetra a matéria. Ao longo da história, foi chamado de diferentes formas, em diversas partes do mundo, como por exemplo: Aura, Corpo Bioplasmático, Anatomia Sutil, Campo Energético, Campo Áurico, Corpo de Luz, Perianto, etc.

Os eventos que ocorrem no corpo físico refletem seus efeitos no corpo energético e vice-versa. É nessa dimensão etérea dos seres que mora a verdadeira causa das doenças, portanto, é lá que devemos tratar quando elas surgirem. É nessa frequência que a energia dos vegetais atua, daí sua eficiência.

A Fitoenergética estuda a influência dos vegetais sobre a anatomia sutil dos seres vivos e busca compreender como essa influência pode agir positivamente no campo energético de cada ser vivo, atuando nas causas geradoras de doenças, porque, na grande maioria dos casos, a doença ocorre primeiramente no campo sutil, para depois refletir-se no físico. Como é aí que a vibração dos vegetais atua, a harmonização ocorre pela combinação de plantas que podem restabelecer sintonia da mesma vibração na qual o campo energético está debilitado, não permitindo que a doença se perpetue.
No caso de a debilidade física já estar instalada, a atuação ocorre revertendo o processo e desprogramando a vibração característica da doença, para que o corpo volte a vibrar em sua harmonia natural. A vibração é vitalizada pela combinação adequada dos vegetais que, naturalmente, harmoniza os fluxos energéticos do indivíduo.

A Fitoenergética entende o ser como uma composição de energias em diferentes frequências. Dessa forma, estuda as aplicações e combinações corretas de vegetais nos seres vivos, para proporcionar vitalidade onde houver debilidade, agindo de forma eficiente e profunda, pois atua na causa geradora da doença.

O uso da Fitoenergética nos estimula a refletir que:

- O que realmente importa não é a Doença, nem o nome complicado da síndrome, tampouco os diagnósticos desanimadores. A meta principal é a compreensão da existência de um objetivo por trás de toda doença, ou seja, uma mensagem que nos diz o que precisamos aprender;

- Nossa missão é facilitar as coisas, ajudando-nos e ajudando o próximo na busca dessa consciência que, em grandes doses, costuma ser um remédio infalível para a evolução humana;

- O Reino Vegetal está aí, à nossa disposição, para que, de maneira simples, por meio do fluido vital amoroso, transformemos nossas emoções e lapidemos nossa jornada evolutiva;

- O Reino Vegetal, tão belo, tão presente e abundante, muitas vezes não consegue ser notado. No entanto, está na brilhante e irradiante energia do verde, percebida apenas por olhos de seres humildes, a chave da nossa passagem para um novo nível de entendimento sobre o universo, para um caminhar mais consciente da humanidade sobre os recursos de Deus.

Como receber essa dádiva Divina?

Amando o verde como se ama qualquer parceiro de jornada, como amamos um irmão ou animal de estimação. Respeitando-o como se respeita uma mãe carinhosa. Compreendendo-o como se compreende um filho e admirando-o como se admira o nascer do Sol.
Essas são as senhas de acesso para receber essas dádivas divinas.

http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=17083



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

MÃE TERRA

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“Abençoado seja o Filho da Luz que conhece sua Mãe Terra,
Pois é ela a doadora da vida.
Saibas que a tua Mãe Terra está em ti e tu estás Nela.
Foi Ela quem te gerou e te deu a vida,
E te deu este corpo que um dia tu lhe devolverás.
Saibas que o sangue que corre nas tuas veias
Nasceu do sangue da tua Mãe Terra.
O sangue Dela cai das nuvens, jorra do ventre Dela,
Borbulha nos riachos das montanhas,
Flui abundantemente nos rios das planícies.
Saibas que o ar que respiras nasce da respiração da tua Mãe Terra.
O alento Dela é o azul celeste das alturas do céu
E os sussurros das folhas da floresta.
Saibas que a dureza dos teus ossos foi criada dos ossos de tua Mãe
Terra.
Saibas que a maciez da tua carne nasceu da carne de tua Mãe Terra.
A luz dos teus olhos, o alcance dos teus ouvidos,
Nasceram das cores e dos sons da tua Mãe Terra,
Que te rodeiam feito as ondas do mar cercando o peixinho,
Como o ar tremelicante sustenta o pássaro.
Em verdade te digo, tu és um com tua Mãe Terra,
Ela está em ti e tu estás Nela.
Dela tu nasceste, Nela tu vives e para Ela voltará novamente.
Segue portanto as suas leis,
Pois teu alento é o alento Dela,
Teu sangue o sangue Dela,
Teus ossos os ossos Dela,
Tua carne a carne Dela,
Teus olhos e teus ouvidos são Dela também.
Aquele que encontrou a paz na sua Mãe Terra,
Não morrerá jamais.
Conhece esta paz na tua mente,
Deseja esta paz ao teu coração,
Realiza esta paz com o teu corpo.”


(Evangelho dos Essênios)


http://eumary.wordpress.com/category/a-grande-mae/

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A GRANDE MAGIA

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A grande magia é a arte de ser útil àquelas vagas sutis que estimulam o progresso de todos os seres. Ser canal consciente das ondas de amor que interpenetram a vida. Ser parceiro da luz na consecução dos valores verdadeiros.

O mago verdadeiro é súdito do amor e parceiro da natureza. Trabalha com seus elementos como quem pede passagem para algo sagrado. Sabe que os seus movimentos são observados no seio do invisível.

Ao entrar em relação com seus elementos invisíveis, ele sabe que, além das coisas físicas que podem servir de receptáculo às energias do Astral, o seu próprio coração é o principal conversor e receptáculo das forças vitais.
Ele sabe que o grande potencial está em si mesmo, pois é um ser de luz, é divino e eterno, e carrega o potencial das estrelas no brilho de seus olhos.

O mago verdadeiro jamais assalta os poderes da natureza. Ele a respeita profundamente. Por isso, não força a barra, somente age com elegância e educação no trato com o Invisível que rodeia os seres vivos.
Quando ele vê algum mal feito na intenção de alguém, realizado por alguém sem ética na jornada espiritual, e que usou as forças cegas da natureza para isso, simplesmente ele mergulha na prece e roga aos poderes celestes que transformem tal ação indigna em aprendizado por parte de quem remeteu o mal para outro.

Como a natureza é simpática a ele, pelo seu respeito e generosidade, atende o seu pedido e envia os seus guardiões astrais para os devidos ajustes energéticos com os violadores psíquicos que usaram as energias para o malefício.

O mago verdadeiro é simples e alegre. Os espíritos da natureza o adoram!
Por onde ele vai, um séqüito desses seres o acompanha. Eles gostam de sua aura jovial. Eles sabem que a Luz é sua parceira incondicional.

O mago verdadeiro é igual a um sol. E por onde ele vai, a grande magia acontece:
"O Amor floresce nos caminhos, dos homens e dos espíritos."

MAGO BRANCO

Os caminhos da magia se interconectam no espaço/tempo, através das energias da natureza. O mago é aquele que se sintoniza com a natureza e extrai dela as essências energéticas e a força com que norteia o seu trabalho.
Admirando a natureza, ele procura beijar o sol, a lua e as estrelas.
Logo, mago branco é todo aquele que procura ver em todas as criaturas o sol, a lua, as estrelas e a natureza.
Por isso, ele beija e admira todos como emanações da própria natureza.
Quem quiser ser mago branco, que comece a admirar os semelhantes e a ver neles a expressão da natureza, que, por sua vez, é a expressão do próprio Criador.

MILHÕES DE SÓIS

Eis aí a alma do sábio:
Tão brilhante como o Sol,
Tão suave como a luz do luar,
Tão esperançoso na evolução de todos os seres,
Tão simples e alegre, igual as crianças.
Seu olhar lúcido vê além da Terra, do Fogo,
Da Água, do Ar e do Akasha.
Presencia a criação das estrelas
E é capaz de viajar por entre as dimensões.
Eis aí a alma do sábio, que é UNO com Brahman!
E o melhor de tudo:
"Ele tem milhões de sóis no centro do coração"!


http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=03977

sábado, 9 de outubro de 2010

O ESPELHO

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Eu quis mudar o mundo, então levantei-me de manhã e olhei para o espelho. Aquele que me olhava de volta disse, “Não resta muito tempo. A terra está sofrida com dor. As crianças estão a morrer de fome. As nações permanecem divididas pela desconfiança e ódio. Em toda parte o ar e a água foram sujos quase além da ajuda. Faz alguma coisa!”.

Aquele homem no espelho sentiu-se muito zangado e desesperado. Tudo pareceu uma desordem, uma tragédia, um desastre. Percebi que ele devia estar certo. Eu também não me senti terrível sobre estas coisas, tal como ele? O planeta é usado e jogado fora. Imaginar a vida terrestre apenas daqui a uma geração fez-me sentir pânico.

Não foi difícil encontrar as boas pessoas que queriam resolver os problemas da terra. Enquanto ouvia suas soluções, pensei, “Há muita boa vontade aqui, tanta quanta preocupação”. À noite antes de ir para a cama, aquele homem no espelho olhou de volta para mim seriamente, “Agora vamos chegar a algum lugar”, ele declarou. “Se todos fizerem sua parte”.


Mas não foram todos que fizeram sua parte. Alguns fizeram, mas pararam a marcha. Estavam a dor, a fome, o ódio, e a poluição quase a serem resolvidos? Desejar não basta - eu sabia. Quando eu acordei na manhã seguinte, aquele homem no espelho estava confuso. “Talvez não haja esperança”, ele sussurrou. Então um olhar sonso apareceu nos seus olhos e ele encolheu os ombros. “Mas tu e eu sobreviveremos. Pelo menos nós fazemos tudo certo”.

Senti-me estranho quando ele disse aquilo. Havia algo muito errado aqui. Uma fraca suspeita cresceu em mim, uma que nunca tinha sido percebida tão claramente antes. E se aquele homem no espelho não sou eu? Ele sente-se separado. Ele vê problemas “lá fora” a serem resolvidos. Talvez eles serão, talvez eles não serão. Ele manter-se-á assim. Mas eu não sinto daquela maneira - aqueles problemas não estão “lá fora”, não realmente. Eu sinto-os dentro de mim. Uma criança a chorar na Etiópia, uma gaivota marinha a lutar pateticamente num derramamento do óleo, um gorila da montanha a ser impiedosamente caçado, um jovem soldado adolescente a tremer com terror quando ouve os aviões decolarem: Não está tudo isto a acontecer em mim quando eu vejo e ouço a respeito delas?

Na próxima vez que eu olhei no espelho, aquele homem que me olhava de volta começava a desvanecer. Era somente uma imagem depois de tudo. Mostrou-me uma pessoa solitária fechada num pacote bem arrumado de pele e ossos. “Eu terei pensado alguma vez que tu eras eu?” Eu perguntei. Eu não sou assim dividido e com medo. A dor da vida toca-me mas a alegria da vida é muito mais forte. E, sozinha, se curará. A vida é a cura da vida e tudo o que posso fazer pela terra é ser sua amorosa criança.

Aquele homem no espelho contraiu-se, contorceu-se. Ele não tinha pensado tanto sobre o amor. Ver “problemas” era muito mais fácil, porque o amor significa completa auto-honestidade. Ai!

“Oh, amigo”, eu sussurrei, “achas que alguma coisa pode resolver problemas se não houver amor?”. Aquele homem no espelho não estava seguro. Estar sozinho por tanto tempo, sem confiar nos outros e a ser desconfiado por outros, fez com que se separasse da realidade da vida. “O amor é mais real do que a dor?” ele perguntou.

“Eu não posso prometer que seja... Mas podia ser. Vamos descobrir”, eu disse. Toquei o espelho com um sorriso aberto. “Não vamos ficar sozinhos outra vez. Serás meu parceiro? Ouço uma dança a começar. Vem”. Aquele homem no espelho sorriu timidamente. Ele estava a perceber que poderíamos ser os melhores amigos. Nós poderíamos ser mais calmos, mais amorosos, mais honestos um com o outro a cada dia.


Aquilo mudaria o mundo? Eu penso que mudará, porque a Mãe Terra quer que sejamos felizes e a amemos enquanto cuidamos das suas necessidades. Ela necessita de pessoas destemidas a seu lado, cuja coragem vem de ser parte dela, como um bebê que é valente o suficiente para andar porque a Mãe estende os seus braços para agarrá-lo. Quando aquele homem no espelho está cheio de amor para mim e para ele, não há espaço algum para o medo. Quando estávamos com medo e em pânico, paramos de amar esta vida nossa e esta terra. Dividimo-nos. No entanto, como alguém pode apressar-se para ajudar a terra se se sente dividido?


Talvez a terra esteja a dizer o que ela quer e, ao não ouvir, nós recorremos ao nosso próprio medo e pânico.
Uma coisa eu sei: nunca me sinto sozinho quando sou a criança da terra. Eu não tenho que me agarrar à minha sobrevivência pessoal enquanto perceba, dia após dia, que toda a vida está em mim. As crianças e a sua dor; as crianças e a sua alegria. A ondulação do oceano sob o sol; o choro do oceano com óleo preto. Os animais caçados no medo; os animais explodindo com a mera alegria de estarem vivos.


Este sentido “do mundo em mim” é como eu sempre me quero sentir. Aquele homem no espelho tem suas dúvidas às vezes. Então eu sou terno com ele. Todas as manhãs toco o espelho e sussurro, “Oh, amigo, eu ouço uma dança. Serás meu parceiro? Vem”.


"That One In The Mirror"
poema de Michael Jackson
livro "Dancing The Dream - Poems And Reflections"
1992


http://busca-interior.blogspot.com/2010/09/aquele-homem-no-espelho-mj.html

domingo, 3 de outubro de 2010

QUANDO O AMOR FAZ A DOR IR EMBORA

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Ah, meu amigo!
Ninguém morre...
É só a vida que sorri em outro plano.

Os sentidos do corpo não registram quase nada.
Muito menos a totalidade do universo e seus desdobramentos.
Há coisas que não se vêem, só se sentem...

O Invisível é tão real quanto o visível.
Mas só o coração é que sabe disso.
Por isso, ele compreende o mistério...

Há canções que não se escutam com os ouvidos.
E toques que não são físicos.
Ah, quem é capaz de medir ou pesar um sentimento?

Muitos sentem saudades e vão aos cemitérios.
Mas há outros que olham para cima...
Porque sentem que o lar espiritual é o mesmo das estrelas.

Alguns olham fotos e choram, por um passado que não volta.
No entanto, outros olham para frente, e seguem...
Porque eles sentem algo a mais...

Ah, isso não se explica...
Porque é toque do Invisível no coração.
E faz olhar para cima, com os olhos brilhando.

Saudade não tem idade; nem nenhum espírito.
Sete palmos de terra não seguram o que é sutil.
Ah, a vida canta em tantos lugares...

E quem pode afirmar que só tem vida aqui?
O cadáver se dissolve no solo; a consciência, não.
O que é da Terra retorna para Ela; o que é das estrelas volta para elas...

A canção dos astros retumba por todas as esferas...
Mas só o coração escuta, e se encanta.
Porque, mesmo olhando para um túmulo, ele só vê estrelas.

Muitas vezes, a dor de uma perda faz tudo ficar sombrio.
Então, do Invisível descem toques sutis e amigos.
Que, de alguma maneira, sempre chegam a quem precisa.

Não são toques físicos, nem podem ser pesados ou medidos.
São como os sentimentos. Quem pode explicá-los?
Nas ondas do amor, desaparecem as tumbas, e só se vê estrelas.

E a dor se vai... E as flores ficam tão lindas.
E aí, não dá mais para colocá-las sobre uma tumba.
Dá vontade de oferecê-las para outro coração, pela vida.

Dá vontade de fazer algo bom, em homenagem a quem partiu.
E o luto se vai... Na vida, que sempre chama.
E isso não se explica, só se sente.

A vida pulsa em todos os planos...
E quem ama sabe disso.
Porque seu coração escuta o som das esferas.

Ah, meu caro!
Ninguém morre...
É só a vida que segue cantando, por aí...

Nada de tumbas ou dramas.
A vida é maior do que isso.
E sempre segue, na Terra, ou no Astral, e mais além...

P.S.:
... talvez você capte algo nessas linhas.
E, se assim for, sua dor irá embora.
Porque um Grande Amor ficará no lugar.
Então, finalmente você compreenderá...
Que há coisas que não se explicam, só se sentem.
E isso não está em meu poder, mas em você mesmo.
Oxalá você não veja mais túmulos tristes, mas, estrelas.
E que seus olhos sejam como dois sóis.
E que o Amor arrebate seu coração!...

Você, que desceu à Terra para mais uma experiência no corpo, jamais deixou de ser um cidadão do universo. Sua verdadeira natureza não é desse ou daquele lugar, mas do infinito. Sua casa é no coração do Todo e tudo que vive é seu próximo.

Você é uma consciência espiritual, que não nasce nem morre, só entra e sai dos corpos perecíveis.

Você tem cara de gente, mas o seu rosto espiritual tem a cara da luz.

Você deita o corpo físico no leito, diariamente, mas não fica dentro dele, mesmo que nem saiba disso. Enquanto a natureza faz o seu trabalho de regeneração do veículo denso, você, o eu real, se desprende para fora dele e viaja com o corpo sutil pelos planos extrafísicos, encontra seus amigos astrais e realiza atividades de estudo e trabalho, naquelas moradas além da Terra. E, quando volta ao corpo, nem se lembra disso.
No entanto, dentro ou fora do corpo, é você mesmo o tempo todo.

Você precisa se lembrar das cidades astrais e dos sítios extrafísicos, para perceber que veio de outros planos e que é um SER DE LUZ, um viajante eterno, e que nada pode limitar o seu progresso ou condicioná-lo a este ou àquele corpo - ou àquela vida ou situação específica.

Você carrega o fogo estelar em seu peito. Você não é branco, negro, amarelo ou vermelho.

Você é da raça da LUZ! Você é parceiro das estrelas, sempre foi...
No momento, você está hospedado num corpo denso emprestado pela Mãe Terra. Então, agradeça-a pela oportunidade de aprender algo bom enquanto na carne. E trate corretamente o veículo de argila que Ela lhe emprestou. Tenha respeito e admiração por quem o recebe e o ajuda em sua evolução.
Porém, jamais se esqueça de sua verdadeira natureza espiritual.

Mantenha os pés no chão, mas permaneça ligado ao Alto, de onde vem suas melhores inspirações. Respeite o caminho terrestre, por onde for, mas não perca o brilho estelar dos seus olhos, nem deixe as coisas do mundo bloquearem sua luz.
Da mesma forma que o barco pode entrar no rio, mas o rio não pode entrar nele – pois afundaria –, entre no mundo, mas não deixe as coisas do mundo afundarem o seu barco espiritual e afogarem a sua lucidez. Viva o que tem que ser vivido, mas sem perder o discernimento e a luz do espírito por causa disso.

Você é mais do que imagina. E, se concentrar melhor sua atenção, desbloqueará diversos de seus potencias adormecidos. Se resolver melhorar, melhorará!
Mas nada acontece da noite para o dia. Tudo demanda esforço e paciência, e a ansiedade com qualquer resultado a curto prazo, com certeza, envenenará seus melhores propósitos. Apenas estude e trabalhe da melhor forma possível, sem preocupações com resultados ou condições. O seu esforço correto o levará a prestar atenção em algo a mais, na vida e em você mesmo. E isso é um tipo de melhoria.

Você é um cidadão do universo. Sempre foi, e sempre será...
Lembre-se disso!

O Divino escultor esculpiu nossa imagem-forma na Luz.
Sorrindo, Ele disse dentro de cada espírito:
Você ocupará muitas formas na existência, terá vários rostos e corpos, de cores e formatos diferentes, mas a sua verdadeira face é a da Luz!
Porém, o tempo passou, e nos identificamos com as diversas formas, não só físicas, mas, também, com aquelas mentais e emocionais.
Passamos a viver e agir nas formas, mas sem sentir o Espírito em nós. Passamos a viver de forma vazia, sem sentido e sem profundidade.
Apegamo-nos demais às formas moldadas e condensadas nas energias da natureza, e mesmo quando elas se desgastam, e o seu uso não é mais possível, ficamos meio perdidos, chorando sobre a referência externa com a qual nos identificávamos tanto.
Foi por isso que o sábio Jesus disse:
Deixem que os mortos enterrem os seus mortos!
O Rabi estava certo: quem anda com o espírito entorpecido nas ilusões sensoriais do mundo e acha que é só isso que existe, na verdade está morto de raciocínio, percepção e espírito. Confundir a Luz do espírito com a casca abandonada é o mesmo que confundir a roupa com quem a veste.
Se é necessário respeitar o invólucro carnal abandonado, pois era morada do espírito em ascensão, é mais necessário, ainda, respeitar o próprio espírito, essência imperecível e dotado de todos os potenciais celestes.
E nenhum espírito, em época alguma, jamais foi seguro pelo caixão ou pelo solo onde o seu corpo ficou sendo transformado em outras energias pela generosa Mãe Terra.
Aos corpos que ficam na Terra, o nosso muito obrigado, por tudo o que aprendemos por intermédio deles. Porém, somos espíritos com a face da Luz!
Somos forma e semelhança da Luz, pois não somos animais vertebrados, somos consciências imperecíveis. Somos a cara de Deus!
Não somos brancos, negros, amarelos ou vermelhos. Não somos nem mesmo terrestres, pois qualquer espírito é egresso de outros planos sutis, não-físicos.
Portanto, somos extraterrestres, pois terrestres são apenas os corpos que ocupamos temporariamente.
SOMOS LUZ!
Enquanto os mortos enterram os seus mortos, os espíritos continuam vivendo além... Os primeiros olham as tumbas e choram a ilusão de suas referências apenas físicas; os últimos olham para as estrelas e alçam vôo para outras paragens.
E lá em cima não há nenhum número de tumba como referência, nem esquifes enterrados para alguém se guiar na dor de sua perda ilusória. O que tem mesmo é uma infinidade de espíritos vivos, todos com a cara de Deus!
O Divino Escultor esculpiu nossa imagem-forma na Luz.
Portanto, façamos jus a essa Luz.
SEJAMOS LUZ!

(Este texto é dedicado às pessoas que jamais desistem dos ideais sadios na existência. Mesmo cercadas por dificuldades variadas, elas persistem e confiam na própria Luz que viaja dentro de seus corações. Elas sabem que essa Luz não é deste mundo, e que só o Divino Escultor é que sabe o real valor de cada um, pois Ele conhece profundamente o mais secreto dos pensamentos dos homens e sabe quem é leal e servidor consciente dos seus magnos desígnios evolutivos.)
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http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=09932

http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/c.asp?id=10259

sábado, 2 de outubro de 2010

O SIMBOLISMO DA DEUSA

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O ORGULHO DA DEUSA VIVER EM NÓS e através de nós…

“O simbolismo da deusa eletriliza a mulher moderna. A redescoberta das antigas civilizações matriarcais nos dá um senso profundo de orgulho, de ver a nossa capacidade como mulheres em criar e produzir cultura. Denunciar os erros do patriarcado nos dá um modelo de força e autoridades femininas. A deusa arcaica, a divindade primordial, a senhora dos caçadores da idade da pedra e das primeiras sementeira de grão, sob cuja inspiração os animais foram domesticados e as plantas medicinais descobertas, aquela cuja imagem deu origem ás primeiras obras de arte que foram criadas, para a qual foram erigidos os megalitos, aquela que inspirou a música e a poesia, é novamente reconhecida hoje.”
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No “Caminho da Deusa”* nós não cremos na deusa, nós nos religamos a ela através da Lua, das estrelas, do oceano, da terra, através das árvores, dos animais, dos outros seres humanos, através de nós mesmas. Ela está aqui, ela está no coração de todos e de tudo. A deusa existe antes de toda a Terra, ela é o obscuro, a mãe que nutre e que produz toda a vida. Ela é o poder fecundante da vida, o útero, mas também a tumba que nos recebe, o poder da morte. Tudo dela provem, tudo a ela retorna…Ela é o corpo, e o corpo é sagrado. Útero, seios ventre, boca, vagina, pênis, ossos, sangue; nenhuma parte do corpo é impura, nenhum aspecto do processo de vida é manchado pelo pecado. O nascimento, a morte e a dissolução são três partes sagradas do ciclo.
Quer comamos, façamos amor ou eliminemos os dejectos de nosso corpo, sempre manifestamos a deusa.
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Seu culto pode assumir qualquer forma, em qualquer lugar; ele não requer liturgia, nem catedral nem confissão.

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O desejo é a cimento do universo, ele vincula o eletron e o núcleo, o planeta ao sol, ele cria as formas, ele cria o mundo. Sigam o desejo até ao seu termo, unam-se ao objeto desejado até se tornarem esse objeto, até se tornarem a deusa.”
“Para a mulher, a deusa simboliza o seu ser mais profundo, o poder libertador, nutritivo e benéfico. O cosmo é modelado como um corpo de mulher, que é sagrado. Todas as fases da vida são sagradas. A idade é uma bênção, não uma maldição. A deusa não limita a mulher a ser um mero corpo, ela desperta o espírito, a mente e as emoções. Através dela a mulher pode conhecer o poder da sua cólera, assim como a força do seu amor.”

Star Hawk
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Citações tiradas de:
Tantra – O Culto da Feminilidade - Outra visão da vida e do sexo
André Van Lysebeth

http://rosaleonor.blogspot.com/2010/09/uma-forma-de-electrizar-mulher.html

Imagem:Spirit of Elements,by Josephine Wall