imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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sábado, 5 de junho de 2010

O CAMINHO DOS VENTOS

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O tema "ventos" é um tema bem vasto e faz parte daqueles temas que só podemos aludir sobre, especialmente nós homens, pois nós homens podemos travar amizade com os ventos, mas só uma mulher pode convidar um vento a morar em seu útero.

Quando falamos de vento não estamos falando do que conhecemos como vento.

Falamos da sensação do vento, do vento forte e da brisa, do vento trazendo frescor no fim de tarde de verão, no Minuano e seu frio implacável. Esse vento fato é do que falamos.

O vento/conceito intelectual, o que é vento, deslocamente produzido pela fricção de massas quentes e frias e tal é um conceito que pode ser ampliado.

Calor e frio, yang e yin se friccionando para fazer surgir algo que não estava ali antes: Vento.

Um dos pontos fundamentais, enquanto entes perceptivos, é notar esses três níveis de existência que temos.

Existimos enquanto energia em si, energia que metabolizamos e devolvemos ao meio.

Existimos enquanto consciência. A consciência que maturamos e ampliamos em complexidade, que enriquecemos enquanto vivemos nossas experiências. Existimos enquanto força vital e a força vital não é requerida pelo vasto mar escuro da consciência.

(...)Os ventos são poderes, chamá-los de ventos é aludir a algo que está lá mas só pode ser "compreendido" se for sentido.

(...)Estudar os Ventos é ir ao encontro do mistério feminino.

Pois os ventos como entes masculinos, mais correto seria dizer Yang, buscam as mulheres como parceiras e com o auxilio dos ventos podemos descobrir mais sobre essas parceiras fantásticas na trilha do conhecimento que são as mulheres.

Quando ainda na imaturidade de suas existências perdem muito de seu poder em atitudes das mais tolas, como nós homens também perdemos, por termos sido condicionados a assim agir.

Mas se encontram a si mesmas e descobrem seus potenciais as mulheres podem chegar num nível de profundidade no Xamanismo que nós homens podemos nos aproximar, não igualar.

(...)Homens e mulheres aqui na Terra trazem em si essas energias Yang e Yin que estamos falando e existem homens Yin e mulheres Yang, podendo manifestar ou não essa polaridade também sexualmente.

O que ocorre é que a lógica do rebanho ainda perpetua na civilização dominada e as pessoas são úteis quando produtoras e consumidoras das futilidades que o sistema oferece e úteis quando reprodutoras.

Uma mulher plena, que não tenha "furos" no corpo energético, uma mulher que tenha enfrentado e integrado sua sombra, pode, após ter feito o rito do sol e trazido a semente do sol para morar em seu útero, convidar o "seu vento" (cada mulher tem "um" vento próprio.) para vir morar em seu útero.

Os xamãs homens desenvolveram o feitiço da cabaça, para nela "guardar" um ente a partir do mirar de como as mulheres usavam suas cabaças internas para nela guardar poder.

E a diferença que o que está na cabaça é um ente, como um saci ou um ser inorgânico de outra extirpe, enquanto que a mulher guarda dentro dela um vento, um poder natural.

Falamos da diferença do poder de um ente e de um poder Natural, que tem sua fonte na própria força do ser Terra.

Dependendo da sua conformação energética e da quantidade de energia vital em si, podemos nos unir a "mulheres ventos", numa associação que nem pode ser citada pelas palavras, pois as palavras estão impregnadas de emocionalismos piegas e desarrazoados, de carências e irresoluções e este tipo de relação entre um Homem e uma Mulher pela troca de ventos internos é algo que transcende a tolice sem par do romantismo moderno, feito de carências e cinismo . É um sentimento que vem das esferas da não espectativa, do não apego.

Chegar aos ventos antes de ter se resolvido, antes de ter-se feito nuvem é arriscar ser parede que barra o vento, ser buraco que em sua própria natureza se afunda fugindo do vento, que ainda assim pode percorrer seu interior.

(...)Há muitas complexidades no caminho dos Ventos, mas ele não pode ser trilhado por "busca do amor perfeito" ou por quaisquer outros interesses egoticistas. Para poder fluir com os ventos temos de ser nada, para nele flutuar temos de ser inteiros.

A Terra é um ser vivo.
Os ventos fazem parte do poder da Terra.
Nós somos seres de energia.
Podemos transmutar energia.
Nós somos seres de consciência.
Podemos transmutar a consciência.
Nós somos seres vivos.
Podemos transmutar a vida.


http://www.imagick.org.br/pagmag/guerreir/ventos.html

Imagem:The Wind and The Sea by Chrissie Cool

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