imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

LIBERDADE!!!

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A Europa está mergulhada nas trevas da superstição e do obscurantismo.
Os ritos mágicos são perseguidos, tudo que discorda dos caprichos da Igreja é considerado pecado, mal, infernal e diabólico.

A mulher é considerado o veículo do mal na Terra.
Mas a grande Mãe, a Deusa não pode ser completamente apagada, assim transformada em santas, como Santa Brigida, ou em "Nossa Senhora" o arquétipo da Deusa, mesmo subvertido e deturpado sobrevive.

Do mesmo modo que os povos nativos europeus são subjugados e despojados de suas crenças os nativos da América são cruelmente mortos, escravizados e sua sabedoria destruída nas fogueiras da "Santa Inquisição".
Mas assim como na Europa grupos secretos, mantém de boca para ouvido a tradição de seus antepassados.

Chegam os Africanos a América, trazendo também seus ritos e sabedoria, ainda hoje motivo de preconceito para muitos.
Mas algo começa a mudar.
Uma nova classe, a burguesia comercial, começa a ficar poderosa.
E o antigo regime, com os reis, as cortes e todos os demais parasitas, começam a incomodar, precisam de uma nova base religiosa, de uma nova crença.

Surge a reforma protestante.
Permite o lucro, glorifica o trabalho.
Estava aberta a porta. A Igreja perde pouco a pouco seu poder, revoltas constantes minam o poder nefasto da coalizão Igreja - Monarquia. Reis e Bispos e padres vão perdendo poder.
Mas a nova visão do mundo que surge, em reação a terrível superstição da Idade Média cai noutro extremo.
O materialismo.

Newton, Descartes, Bacon, criam uma nova visão de mundo, onde o mundo é visto como uma máquina.
Impressionados com aparelhos como um relógio criam um novo paradigma, o mecanicista. Toda a natureza vira um vasto mecanismo.

Os animais são vistos como mecanismos vivos a ponto de alguns colocarem, no século passado já, que os que faziam experiências com animais não deveriam ter pena de seus gritos, pois eram apenas ruídos como em uma engrenagem.
A Era Industrial está surgindo.(...)

(...)E assim chegamos ao século XX.

E no século XX os físicos e matemáticos, os mesmos herdeiros de Newton e Descartes ao tentar mergulhar na natureza mais profunda da matéria são surpreendidos. A realidade se mostra diferente, nada mecanicista.(...)

(...)A física revolucionava o mundo e então descobríamos que ao contrário do que a orgulhosa civilização positivista do século passado apregoava, não eram os magistas e bruxos de outras épocas que estavam superados pela ciência, era a ciência materialista que não tinha embasamento para compreender a complexidade da magia.

Assim chegamos em nosso tempo, onde estamos assistindo o renascimento da Magia.
Renascimento, recuperação do elo primordial que foi rompido, primeiro pelas forças obscuras, supersticiosas e sedentas do poder temporal, usando a máscara da religião para isso, depois pelos materialistas, que precisavam de uma crença numa natureza morta para poder explorá-la.

Depois de localizar historicamente o processo fica mais claro o que vem a seguir.

Enquanto o mundo oficial estava perdendo seu elo com a natureza e com a vida, enquanto as pessoas estavam cada vez mais sendo transformadas em massa de manobra, em produtoras e consumidoras de futilidades , secretamente alguns resistiam.

Enquanto sábias mulheres, ousados homens era mortos em fogueiras, torturados de forma cruel, em verdadeiros ritos de magia involutiva, objetivando imprimir na alma do mundo, no inconsciente coletivo, o medo à magia e as figuras estereotipadas de diabos e tolices congêneres que ainda assombram muitos, enquanto a felicidade era temida, alguns resistiam.
Eles levavam o saber das Idades.
O mesmo que tentaram destruir quando atacaram a biblioteca de Alexandria.
O mesmo que tentaram abafar quando os povos nativos da ilha sagrada foram perseguidos e mortos pelos Romanos depois pelos Cristãos.
Quando a bandeira do Dragão foi substituída pela cruz.
Quando a Deusa foi negada.
Quando a Terra foi deixada de ser vista como um ser vivo.
Quando os espíritos das fontes, dos rios e lagos, das florestas e montanhas foram tidos por demônios.
Quando o prazer foi proibido e considerado diabólico.
Quando nos fizeram esquecer que somos deuses e deusas, estrelas brilhantes, para nos forçar a mendigar por migalhas de um todo que nos pertence.

Quando a religião quis roubar para si a exclusividade da intermediação entre nós e o divino, escondendo que não precisamos de intermediários, pois possuímos um elo perene com a Totalidade.
Quando precisamos de alguém é apenas para nos lembrar disso, nunca para substituir.

Quando a ciência quis roubar nosso direito de buscar nossas próprias respostas, querendo nos prender em seus limites, com sua arrogância, dizendo: não existe, para os fenômenos que deveria dizer: não entendo.

Enquanto isto acontecia alguns resistiam.
Muitos morreram, das mais cruéis formas.
Mas muitos sobreviveram.
E agora vem a tona de novo.
Vem a público.(...)

(...)LIBERDADE.

Nós a reconquistamos.
A memória de todos aqueles homens e mulheres sacrificados no passado para que a chama não se apagasse é lembrada.

E cada povo tem sua forma de lidar com os poderes da natureza, sua forma de "encantar" as forças cósmicas e telúricas.
O Xamanismo é irmão da Magia, é magia também.
Tem ritos e a mesma visão orgânica que a magia possui.
A ARTE é ampla.

Um pintor é tão artista quanto um pianista, um pianista como um poeta,um poeta como um cantor, um cantor como uma bailarina.
Formas diferentes de expressar a mesma coisa a ARTE.
Assim o xamanismo e as tradições profundas de magia oriundas da Europa são apenas formas diferentes de manifestar a mesma coisa: A ARTE!

Paganismo puro, que não aceita amarras, peias.
Como cavalos selvagens a correr soltos pelos vastos territórios da existência, recusando canga e antolhos, recusando que nos atrelem a carroças onde carregaremos valores e idéias que não nos farão felizes nem plenos, apenas servos.
E só os escravos servirão.
E só é escravo aquele que voluntariamente aceita tal papel.
Pois somos estrelas e as estrelas devem brilhar.
Plenas!





http://pistasdocaminho.blogspot.com/2009/02/xamanismo-e-magia-uma-perspectiva_20.html#links

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